crónica

A ESPERANÇA DE VIDA E AS REFORMAS

A partir deste ano, a idade da reforma dos trabalhadores passou para 66 anos e já os teóricos desta "sociedade de mercado" vêm ameaçando com os 67, dado que, segundo eles, a esperança de vida tem vindo a subir desde 1974 até aos dias de hoje em que em Portugal a média já atingiu os 80, o que significa que cada reformado tem mais 15 anos de vida, coisa muita para eles. De facto é verdade que a longevidade subiu mas isso deve-se muito a uma política de saúde, implementada a partir da Revolução de Abril, que trouxe pensões para todos, lares da terceira idade, assistência médica, comparticipação nos medicamentos, ambulâncias, hospitais públicos, etc.

Mas porque tudo isto vai acabando, os velhotes passarão a ter o seu fim mais depressa, o que significa um abaixamento do custo com pensões dado que a longevidade passará a descer.

Acresce que os cálculos atuariais sempre tiveram em conta o progressivo aumento da esperança de vida para podermos ter o valor das pensões que temos e que bem poderiam continuar a ser recebidas e aumentadas se os sucessivos governos não tivessem desviado para outros fins os milhares de milhões dos fundos acumulados, produto dos descontos dos trabalhadores

                                                                                                                           JLS