A BURRA DO TI MARQUÊS
Pequenino, bigodinho branco, homem honesto e simples como quase todos os louriceirenses daquela primeira metade do século passado. Vivia da agricultura, pelo que, para sua ajuda, possuía uma burra já velhota.
Um dia pensou vendê-la ou trocá-la por outra mais nova, com mais energia.
Levantou-se cedo, limpou-a, escovou-a e foi com ela até à feira da Torre do Bispo com esse propósito. Ali chegado, teve muitos pretendentes para o negócio mas só o Zé Cigano o convenceu: Tinha uma burra nova que lha vendia por três notas de cem mas que só lha podia entregar da parte da tarde e comprava-lha a velha por cem mil réis. Negócio fechado!
Mas desconfiado, Ti Marquês quis receber a nota de cem, não fosse o diabo tecê-las...
Entretanto esperou na taberna que a tarde chegasse para ver se fazia negócio com a burra nova.
Palavra honrada de cigano foi cumprida e, horas depois, lá estava o Zé Cigano com a burrinha nova.
Ti Marquês gostou da burrinha mas ainda tentou que o cigano tirasse qualquer coisa no preço. Que não que se Ti Marquês não tivesse interessado já tinha comprador por mais das três notas mas palavra de Zé Cigano nunca volta a trás!
Negócio fechado, montou a burrinha nova e depressa chegou à Louriceira, só parando na taberna do Zé da Zabel onde, à porta, deixou a burra enquanto foi beber uma cigana (garrafa de 2 decilitros de vinho). Quando voltou não viu a burra e, furioso, correu os arredores para a encontrar. Foi para casa, entrou no palheiro e lá estava a burrinha... De tão contente, até chorou. Mas que raio de inteligência teria o animal. Pensou, pensou, pesquisou os sinais da burra, os dentes, um deles partido e não havia dúvidas: a burra era a sua "pigarsa"...
O cigano tinha-a levado de manhã, tosquiou-a, enfeitou-a e devolveu-a como nova.
"Ai o malandro do Zé Cigano... Nunca mais me engana!"
Um dia pensou vendê-la ou trocá-la por outra mais nova, com mais energia.
Levantou-se cedo, limpou-a, escovou-a e foi com ela até à feira da Torre do Bispo com esse propósito. Ali chegado, teve muitos pretendentes para o negócio mas só o Zé Cigano o convenceu: Tinha uma burra nova que lha vendia por três notas de cem mas que só lha podia entregar da parte da tarde e comprava-lha a velha por cem mil réis. Negócio fechado!
Mas desconfiado, Ti Marquês quis receber a nota de cem, não fosse o diabo tecê-las...
Entretanto esperou na taberna que a tarde chegasse para ver se fazia negócio com a burra nova.
Palavra honrada de cigano foi cumprida e, horas depois, lá estava o Zé Cigano com a burrinha nova.
Ti Marquês gostou da burrinha mas ainda tentou que o cigano tirasse qualquer coisa no preço. Que não que se Ti Marquês não tivesse interessado já tinha comprador por mais das três notas mas palavra de Zé Cigano nunca volta a trás!
Negócio fechado, montou a burrinha nova e depressa chegou à Louriceira, só parando na taberna do Zé da Zabel onde, à porta, deixou a burra enquanto foi beber uma cigana (garrafa de 2 decilitros de vinho). Quando voltou não viu a burra e, furioso, correu os arredores para a encontrar. Foi para casa, entrou no palheiro e lá estava a burrinha... De tão contente, até chorou. Mas que raio de inteligência teria o animal. Pensou, pensou, pesquisou os sinais da burra, os dentes, um deles partido e não havia dúvidas: a burra era a sua "pigarsa"...
O cigano tinha-a levado de manhã, tosquiou-a, enfeitou-a e devolveu-a como nova.
"Ai o malandro do Zé Cigano... Nunca mais me engana!"
NOTA: O povo da Louriceira, em plenário, atribuiu à artéria onde esta figura popular residia, em sua homenagem, o nome de Travessa do Marquês
JLS
gostei da escrita que completou e enfeitou o que já sabia `*acerca do " Ti Marquês". Bela homenagem
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